Caros amigos e esportistas!
Como comentamos no nosso último
post, hoje vamos falar um pouco sobre o streaming,
e como essa nova ferramenta de transmissão esportiva tem se tornado motivo de
muita discussão para todos os envolvidos no mundo esportivo.
Hoje, no Brasil, temos alguns
serviços de streamingque são
entregues para todos que gostam de acompanhar transmissão esportiva. Os
principais canais de transmissão esportiva já possuem a mobilidade como
ferramenta atrativa para os seus assinantes, principalmente os canais que
trabalham na TV Fechada.
Mas o que é streaming, ou OTT (Over-The-Top)?
Podemos conceituá-lo como uma
forma de distribuição, pelo meio digital, de um conteúdo que estamos
acostumados a assistir pela televisão. Mas, então, a única diferença é o
dispositivo em que esse conteúdo é distribuído?
A resposta é não. Os serviços de streaming atuais tem buscado cada vez
mais diferenciar-se da transmissão televisiva com conteúdos exclusivos e
basear-se não apenas na mobilidade, mas, principalmente, na liberdade do
assinante, com características voltadas para a personalização dos assuntos ou
canais e a possibilidade do assinante assistir ao que quiser, quando quiser,
onde quiser. Assim, o streaming pode
ser de uma transmissão ao vivo ou
não.
Para melhor explicar sobre o
futuro do streaming, o Coordenador do
Centro Interdisciplinar em Tecnologias Interativas da USP, Marcelo Zuffo,
afirmou o seguinte: "OTT é simplesmente uma TV com um computador dentro".
No âmbito esportivo, Fox
Esportes, ESPN e Globosat (SporTV, Premiere e o Combate) entenderam que não
dava mais para segurar os investimentos e acabaram compartilhando as
transmissões que fazem em seus canais da TV Fechada para os aparelhos móveis
(celular e tablet). Com raras
exceções, não há qualquer diferença entre o que é transmitido na TV Fechada com
as transmissões por streaming.
Assim, as ferramentas acabam
sendo apenas um replicador de conteúdo, não havendo nenhuma programação
específica para o assinante, que acaba ficando restrito ao serviço que ele já
paga na TV Fechada. Alguns canais, como forma de tentar obter melhores
resultados financeiros com a ferramenta, começaram a negociar a assinatura
independente do serviço, sem precisar assinar o pacote de TV Fechada,
entretanto, continua-se com o problema da falta de conteúdo exclusivo, o que
não atrai de forma contundente o assinante.
Estreante no mercado nacional,
mas com resultados expressivos principalmente na Europa, o DAZN (streaming de esportes) chegou em 2019 ao
mercado, com as prerrogativas de exclusividade de conteúdo, principalmente nos
torneios continentais sul-americanos, como a CONMEBOL Libertadores 2019 e a
CONMEBOL Sul-Americana 2019.
Alguns resultados positivos
puderam ser observados nas transmissões desses torneios pelo DAZN, principalmente
quando o serviço ainda não estava com seu aplicativo disponível para download,
com transmissões pelo YouTube, ou seja, gratuitamente. Nesse período, quando as
competições estavam nas fases iniciais, chegou-se a transmissões de jogos que
superaram um milhão de visualizações, com alguns recordes para as transmissões
ao vivo no aplicativo da Google no Brasil.
Recentemente alguns relatórios
foram publicados sobre o assunto, tanto no âmbito global quanto nacional. O
relatório denominado "The Global
Market For Premium Sports OTT Services" apresentou um crescimento no
número de esportes com direitos de transmissão exclusivos para os serviços de streaming, tudo com vistas a gerar
engajamento e receita adicionais de seus fãs mais fiéis.
No principal mercado publicitário
esportivo, América do Norte, todas as quatro maiores ligas esportivas (NBA,
NFL, NHL e MLB) já operam seu próprio serviço de streaming, transmitindo conteúdo ao vivo ou sob demanda, como jogos
já realizados ou partidas clássicas.
A Fórmula 1 também já opera,
desde 2018, sua própria plataforma de OTT, assim como as principais ligas
domésticas de futebol europeu. Nestas, apenas a Série A italiana atualmente
transmite partidas ao vivo através de sua ferramenta própria, as outras
principais ligas do futebol europeu estão em fase de estudos sobre a criação de
uma plataforma própria ou já a possuem, mas com transmissão apenas de jogos clássicos
ou melhores momentos das rodadas.
Na nossa realidade, não podemos
esquecer que a Copa do Nordeste 2019 foi transmitida via streaming pelo LiveFC.tv.
Estudo recente, publicado em
23/07/2019, “Streaming: quem são seus consumidores?”, realizado pela Toluna
aponta que 93% das pessoas com acesso à internet acessam plataformas de streaming e metade delas o fazem
diariamente.
Apesar de 68% dos entrevistados assistirem
a mais conteúdo OTT hoje do que há um ano atrás, 67% não planejam ter novos
serviços em 2019. No mesmo estudo, interessante observar que mais de 80% das
pessoas assinam até 4 plataformas de OTT e menos de 10% não paga, apenas acessa
as plataformas.
As SmartTVs são o principal
dispositivo utilizado para acesso, seguidas pelos celulares. Além disso, 57%
das pessoas estão dispostas a investir até R$50,00 nesse tipo de serviço.
Importante observar que os
esportes estão apenas na 4ª posição entre os gêneros preferidos, atrás dos
filmes, séries e documentários, talvez por conta do excesso de conteúdo disponível
nas TV´s Aberta e Fechada.
Com o crescimento de canais que
entregam conteúdos exclusivos, como o DAZN e de outros serviços que possuam
exclusividade, é possível que esses números possam ser modificados. Outro dado
interessante diz respeito à quantidade de pessoas com permissão por "login",
onde mais de 90% das respostas apontavam que até 4 pessoas acessavam os
serviços por "login".
Quanto às propagandas, apesar de
serem muitas vezes inoportunas, já que apenas 37% dos entrevistados viram os
anúncios, parecem alcançar objetivos interessantes nas plataformas, pois 86% das
pessoas que assistiram as propagandas inseridas nas plataformas responderam que
se interessaram pelo produto ou serviço anunciado.
Quando comparados os serviços de streaming com a TV Fechada, importante
observar que os entrevistados demonstraram índices de satisfação muito
próximos, com uma ligeira vantagem para o streaming.
Por fim, mais de 60% dos entrevistados informaram que descontinuaram suas
assinaturas após assistirem o que queriam, o que reflete uma procura específica
por conteúdo, que pode ser exclusivo, por exemplo.
Tudo isso nos mostra como o
mercado brasileiro está propício para o streaming,
entretanto, os altos índices de audiência, principalmente da TV Aberta,
atrelado à baixa qualidade e o elevado valor da internet de banda larga no
Brasil, dão um prognóstico pouco favorável para o crescimento vertiginoso do
serviço, mas que permitem ao DAZN, com conteúdos exclusivos, e outros
investidores mais arrojados ou vinculados a setores específicos do esporte, a
abocanhar uma fatia importante do possível futuro das transmissões esportivas.
E você, o que acha do streaming? Já é assinante de algum
serviço? Participe e interaja conosco, contamos com sua contribuição para o
desenvolvimento da nossa grande paixão!
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